O Cram (Centro de Referência de Atendimento à Mulher) conta com apoio da população para realizar seu primeiro Super Bazar, que tem como objetivo criar um fundo para auxiliar as vítimas de violência doméstica e familiar que atende. Em média, passam pelo serviço 180 mulheres por mês em situações que envolvem agressão física, ameaça, humilhação, perseguição, isolamento e violência sexual.
O Cram oferece apoio gratuito e sigiloso a elas, mas não recebe recursos públicos. A equipe de profissionais percebeu carências do público atendido e encontrou na realização do bazar uma iniciativa interessante para suprir, pelo menos em partes, algumas delas. “Muitas mulheres não têm como chegar para o atendimento, porque têm dificuldades de pagar a passagem de ônibus, elas não conseguem. Outras chegam com carências básicas de alimentação. Com o bazar, podemos ter um caixa para que a gente possa, inicialmente, oferecer isso a elas, que seja um passe de ônibus ou um lanche comunitário nos atendimentos de grupo, e caso cresça, até contratar outra profissional de psicologia, já que existe uma demanda muito grande e somente eu atendo”, afirmou a psicóloga Juliana Oliveira de Moura, coordenadora do Cram.
O Cram oferece apoio através de atendimentos psicológicos, acompanhamento terapêutico, orientação jurídica e auxílio assistencial. A equipe é formada pela psicóloga contratada pelo Grupo Mulheres do Brasil; pela assistente social cedida pela Prefeitura e pelas advogadas da Comissão de Combate à Violência Doméstica da OAB, que são voluntárias. O espaço onde funciona é cedido pelo Estado e fica anexo à DDM (Delegacia de Defesa da Mulher).
As mulheres atendidas são encaminhadas para o Cram pela própria rede de proteção ou por demanda espontânea. “Toda mulher que do serviço precisar, será atendida”.
Para promover o Super Bazar, o Cram pede doação de roupas, calçados, bolsas, acessórios e itens de decoração novos e usados. As entregas podem ser feitas até o fim do mês de fevereiro, diretamente no órgão, na Rua Voluntários da Franca, 2557, Bairro São José.
“Já temos algumas peças de grife novas e esperamos receber mais peças de marcas conceituadas. E se tiver alguma empresa que queira patrocinar nosso bazar, com doação de mercadorias que vendem, se puderem doar, vai ser de grande valia”, disse Juliana.
A data e o local do bazar ainda serão definidos, mas a expectativa é realizá-lo em março. “Temos muitas expectativas com esse primeiro bazar, porque a gente acredita que vai receber muitas mercadorias novas, de marcas famosas e que terão um preço muito acessível. Então, a gente espera vender muita coisa e arrecadar uma quantia significativa para conseguir manter o nosso serviço de pé e oferecer maior qualidade e acessibilidade às vítimas de violência doméstica”.