O Sesc Franca recebe em setembro uma programação dedicada à sociodiversidade indígena, reunindo feira, oficina e apresentações musicais que aproximam o público de saberes, tradições e expressões artísticas dos povos originários. As atividades são gratuitas e indicadas para públicos de todas as idades.
No dia 7/9, a Feira Indígena ocupa a Convivência da unidade com 20 expositores de diferentes etnias, entre elas Guarani, Kaingang, Terena, Pataxó, Kariri-Xocó e Tukano.
O evento apresenta produções artesanais que expressam modos de vida, histórias e práticas culturais, promovendo o diálogo intercultural e o enfrentamento de preconceitos ainda presentes na sociedade. Mais do que uma vitrine de objetos, a feira é um convite ao encontro, à escuta e à troca de experiências com as comunidades participantes.
Grafismo pataxó
Ainda no dia 7/9, acontece a oficina Grafismo Cultural Pataxó, ministrada por Tamikuã Pataxó, artista e liderança feminina originária da aldeia Barra Velha (BA).
Aprendendo o grafismo desde a infância, Tamikuã hoje transmite esse conhecimento ancestral, ensinando o preparo das tintas e os significados dos traços de proteção. Ativista das causas indígenas e atuante em feiras e festivais pelo país, compartilha saberes e experiências de resistência, valorizando a cultura Pataxó em contextos urbanos.
Encerrando o dia, o público acompanha o show de Owerá, artista Guarani Mbya nascido na aldeia Krukutu (Terra Indígena Tenondé Porã).
Reconhecido por suas produções musicais, filmes e pela atuação em defesa da demarcação das terras indígenas, Owerá apresenta cânticos tradicionais guarani, expressão central do modo de vida Nhandereko.
Incorporando instrumentos como violão e violino, essas canções carregam mensagens sobre natureza, rios e florestas, além de ensinamentos de resistência e identidade, celebrados em cerimônias na casa de reza, a Opy.
Música indígena
A programação segue no dia 25/9, com o show de Gean Ramos Pankararu, um dos precursores da música indígena contemporânea.
Natural de Jatobá (PE) e residente na aldeia Bem Querer de Cima, Gean dialoga entre ancestralidade e música popular brasileira, trazendo ao palco o espetáculo Se Orú Obaí.
Suas composições abordam meio ambiente, cosmovisão indígena, afetividade e cultura Pankararu, em um trabalho que preserva tradições e projeta novas sonoridades, conectando passado, presente e futuro.